Young quê? Jiu Jitsu brasileiro? Tatamis? Uma exposição sobre Jiu Jitsu no Meeting da liberdade? Não é óbvio. Não é nada óbvio! Como é que isto aconteceu?
Tudo começou há mais de 20 anos quando, nos anos da faculdade, Carlos Miguel Cruz conheceu os universitários de Comunhão e Libertação, uma experiência de amizade que não mais esqueceu. Começou a trabalhar, casou, teve dois filhos e, pelas circunstâncias
da vida, acabou por se ir afastando dos amigos do CL, até que a história recomeçou.
“Tudo começa com um encontro, mas é um só o encontro; o meu foi há mais de 20 anos”. Encontro esse que se actualizou em Dezembro de 2013, quando o filho mais novo de Carlos,
o Vasco, morreu inesperadamente. Nesse momento, marcado pelo mistério da dor, lembrava-se dos amigos de Comunhão e Libertação e retomou o contacto com alguns deles.
Para enfrentar a raiva que sentia, Carlos iniciou-se nas artes marciais. Encontrou o Jiu Jitsu, através do grupo Youngzillion, uma associação de praticantes da Alta de Lisboa.
Com ele, também o seu filho mais velho começou a praticar. No combate nasceu a estima: pelos miúdos, pelos monitores, pelos professores, pelos moradores do bairro. Da estima, nasceu o cuidado. Carlos pediu ajuda aos amigos do CL, que começaram a ajudar os membros da Youngzillion a estudar. Às explicações, seguiram-se fins-de-semana de canoas e outros tais.
Com a chegada de Carlos, e depois dos amigos, os Youngzillions descobriram uma maneira diferente de viver. A certa altura, um dos membros do grupo, o William, morreu. Um ano
depois, surgiu a iniciativa de mandar rezar uma Missa por ele. Nessa Missa, o Borbinha percebe que “ter fé e rezar é uma maneira de estar mais próximo do William”. Decide então
fazer o crisma e começa a receber catequese. Seguem-se-lhe a Lygia e o Flávio. Interpelado pelo exemplo dos miúdos, um dos monitores do grupo, Bruno, pede também para receber a catequese e o Crisma.
Todos são campeões medalhados, com presenças assíduas nos circuitos nacionais e internacionais de Jiu Jitsu. Em comum, todos tem também um passado marcado pelo mistério da dor e da morte. Mistério que só conseguiram enfrentar quando conheceram o Senhor da vida.
No ano passado, alguns deles descobriram o Meeting Lisboa e ofereceram-se como voluntários. Entusiasmados pelo que viveram no Campo Pequeno, propuseram contar
a sua história no Meeting deste ano, numa exposição e num encontro.
Bernardo Cardoso
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