
Watching my grandmother walk in her garden She's lost her hearing, does not notice the cardinal I hold fast to the hours before the obvious parting
Nesta canção, Burning Lavender da banda Half Waif, a autora fala da sua avó que está doente, e de como pode ser dolorosa a partida de alguém que amamos. Este é um exemplo, entre muitos, de um género musical que nasceu nos anos 80, mas que continua vivo ainda hoje. O Rock alternativo surgiu como um grito de revolta contra aquilo que o Rock se tinha tornado: algo apenas alcançável aos virtuosos e a uma certa elite. Por sua vez, este novo género musical pretendia, e pretende, uma reaproximação às pessoas comuns.
O Imprevisto esteve à conversa com Maria Pacheco de Amorim, curadora da exposição A Nossa Banda Podia Ser a Tua Vida, que poderá visitar quem passe pelo Pavilhão Carlos Lopes, já no segundo fim-de-semana de Novembro.
Para Maria Pacheco de Amorim, a novidade deste género musical é indissociável do facto de ser possível descobrir em inúmeras letras “exigências fundamentais do humano com as quais nos podemos reconhecer.”
A exposição terá como aspecto predominante o movimento em torno do estilo Rock Alternativo, ou Indie Rock, para os mais chegados. Não sendo um estilo de música comum, o Rock Alternativo, sem a pressão da produção em massa, promove um espaço privilegiado à afirmação dos artistas, às suas criações e àquilo que querem comunicar.
O percurso vai dar a conhecer um lado da música Rock onde a proximidade daquilo que nos contam as letras, aliada a uma forma muito específica de composição do instrumental, permitem que o ouvinte se possa sentir parte daquele processo criativo. É a “experiência tornada objecto de arte”, segundo a curadora, e isso é “literalmente a voz humana”, numa alusão ao título deste Meeting.
Para melhor saborear esta exposição, à boa moda do Rock, os visitantes poderão ainda beber um copo no bar, onde boa música – com sentido – está garantida.
Martim Ferreira e Pedro Abreu
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